quinta-feira, 23 de julho de 2009

ALEXANDRE, O GRANDE!




Alexandre, o grande
Conquistou com violência exímia
Alexandre, o grande
Marchou da Macedônia até a Índia

Pisou no orgulho do Deus-Rei Dário da Pérsia
Liderando seus homens enquanto fodia a beça
Enfrentou duas vezes este imperador
Chutando seu cu divino sem nenhum pudor

Alexandre, o grande
Foi líder guerreiro muito renomado
Alexandre, o grande
Era também um grande viado

Seus homens amarelaram na frente da Índia
Talvez por cagasso, talvez por preguiça
Por conta de febre morreu vomitado
E nada no mundo foi maior que esse viado

Alexandre, o grande
Conquistou o mundo até a asia menor
Alexandre, o grande
Te desafia a ser melhor


segunda-feira, 13 de julho de 2009

Boreal



Na distância, perdida entres brumas marmóreas, dança a esguia dama glacial. Seu vestido flana sobre seu corpo etéreo enquanto ela gira e serpenteia como uma chama fria e intangível. Caminho em sua direção enquanto a neve molha meu corpo e congela meus pés, que insensíveis me levam ao desatino desta busca sem fim. Pois por mais que caminhe tudo que consigo é cansar-me mais de buscar calor na frieza de seus lábios.

Léguas que me levam horas de uma vida que, para mim mesmo, começa a parecer tão distante quanto a dama que busco em frenesi. Não deixo pegadas pois a neve que cai cobre os fracos sulcos que marcavam o solo pálido no qual pisei logo cobrem minha passagem. Sou eu mesmo um fantasma de mim, uma sombra pálida filha de uma luz distante que míngua.

No alto correm nuvens gélidas, levando meu hálito quente e tudo mais que há dentro de mim, deixando apenas essa paixão insana que me leva, enfim, à obliterada alvura de uma paisagem sem horizontes.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A La Carte



Estou sentado à minha mesa. O restaurante está lotado. Senta-se diante de mim a mais linda mulher que existe e pedimos por um saboroso prato para nos aplacar a fome, enquanto conversamos animadamente sobre abstrações e assuntos afins. As outras mesas são ocupadas por pessoas que, assim como eu, esperam suas refeições. O balcão começa a ficar apinhado de pratos que começam as esfriar rapidamente, enquanto os atendentes fazem qualquer coisa que não levá-los à mesa dos clientes.

O cozinheiro então se depara com uma dispensa vazia. O ultimo pedaço de comida é levado por um rato maroto, que some num buraco sombrio. A bela mulher diante de mim está com fome. A conversa pára. Ficamos com frio mas não conseguimos ficar à mesa e nos abraçar, então passamos frio para não perder o lugar. Lá fora pessoas esperam para serem atendidas. O restaurante começa a cheirar comida fria e hálito de fome. Um cheiro azedo que brota das gargantas famintas de todos os presentes. Com fome, começamos a discutir.

Nossa discussão incomoda a mesa do lado, que começa a interferir na nossa discussão de forma grosseira. Logo pessoas de mesas vizinhas começam a tomar partido e uma grande confusão se arma. Os que se levantam para resolver a briga perdem o lugar para os que estavam lá fora esperando. Os pedidos esfriam no balcão. Gritos e xingamentos. Agressões físicas. Já não sei mais onde me sentava. As pessoas que estão esperando que seus pedidos cheguem às mesas começam a ser empurradas pelos que estão de pé, que são empurrados pelos que estão de fora. Alguém está sangrando.

O pânico está instaurado, mas a confusão é tão grande que não se pode mais sair dali. Noto que existem muitos que sequer se levantam. Apanham sem esboçar reação. Os que tentam entrar obstruem a saída. Ouço um choro de criança. Não sei bem de onde. Acho que bati em minha garota. Não tenho certeza. Piso em algo que grita. Acertaram-me uma garrafa. Viro-me e golpeio sem ter certeza se era a pessoa certa... ou errada. Acho que quero sair daqui. O cozinheiro aparece gritando. Ele tem uma faca. Alguns se assustam. Alguns param a confusão. A maioria avança e tenta tomar-lhe a faca. Muitos acabam no chão em poças de sangue crescentes.

Ninguém mais lembra o que veio comer. Os pratos já caíram no chão e viraram uma pasta escorregadia onde uns deitam caídos, outros chafurdam famintos.

O barulho vai diminuindo enquanto fica patente que ninguém ali vai comer mais, porque mataram o cozinheiro, a dispensa está vazia, a comida estragou e todos estão condenados a ser mortos pela multidão que está entrando sem saber de nada disso.

Caímos um por um, em silêncio. Nós poderíamos ter nos servido. Mas jamais nos serviríamos.

Nunca mais venho aqui.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Genesivs in Altvm Plvrat



Do alto de sua torre cruzada
Olhava para baixo apiedado
Ainda que pregado e trespassado
Sentia-se reconfortado

Morria por ti
Morria por mim
No alto da torre
Dizendo assim

"Perdoa-os pai
Pois não sabem o que fazem
Ainda que saibam
Só fazem bobagem"

"Morro sozinho
Sem da mulher o prazer
Me conforta somente
Não ser eu, você"

Pagou meus pecados
No crediário
Morreu então por nada
O pobre otário

Mas não se engane
Tendo por este o nazareno
Pois era Genésio o nome
Deste Cristinho Fuleiro